Primeira série de argumentos: contra o Deus criador
1º argumento: O gesto criador é inadmissível
Que se entende por criar?
É tomar materiais diferentes, separados, mas que existem, e, valendo-se de princípios experimentados e aplicando-lhes certas regras conhecidas, aproximá-los, agrupá-los, associá-los, ajustá-los, para fazer qualquer coisa deles?
Não! Isso não é criar. Exemplos: podemos dizer que uma casa foi criada? Não, foi construída; podemos dizer que um móvel foi criado? Não, foi fabricado; podemos dizer que um livro foi criado? Não, foi composto e depois impresso.
Assim, pegar materiais que já existem e fazer qualquer coisa com eles não é criar.
Que é, pois, criar?
Criar… com franqueza, encontro-me indeciso para poder explicar o inexplicável, definir o indefinível. Procurei, contudo, fazer-me compreender.
Criar é tirar qualquer coisa do nada; é, com nada, fazer qualquer coisa do todo; é formar o existente do não-existente.
Ora, eu imagino que é impossível encontrar-se uma única pessoa dotada de razão que conceba e admita que do nada se possa tirar e fazer qualquer coisa. Suponhamos um matemático. Procurai o calculador mais autorizado; colocai-o diante de uma lousa e pedi-lhe que escreva zero sobre zeros. Terminada a operação, solicitai-lhe que os multiplique da forma que entender, que os divida até se cansar, que faça enfim toda a sorte de operações matemáticas, e haveis de ver como ele não extrairá, desta acumulação de zeros, uma única unidade.
Com nada, nada se pode fazer; de nada, nada se obtém. É por isso que o famoso aforismo de Lucrécio ex nihilo nihil é de uma certeza e de uma evidência manifesta. O gesto criador é um gesto impossível de admitir, é um absurdo.
Criar é, pois, uma expressão místico-religiosa, que pode ter algum valor aos olhos das pessoas a que agrada crer naquilo que não compreendem e a quem a fé que se impõe tanto mais quanto menos o percebem. Mas devemos convir que a palavra criar é uma expressão vazia de sentido para todos os homens cultos e sensatos, para quem uma palavra só tem valor quando representa uma realidade ou uma possibilidade.
Conseqüentemente, a hipótese de um ser verdadeiramente criador é uma hipótese que a razão repudia.
O ser criador não existe, não pode existir.
2º argumento: O “puro espírito” não podia determinar o Universo
Aos crentes que, a despeito de todo o raciocínio, se obstinam em admitir a possibilidade da criação, direi que, em todo o caso, é impossível atribuir esta criação ao seu Deus. O Deus deles é puro espírito. Portanto, é inteiramente impossível sustentar-se que o puro espírito, o imaterial, tenha podido determinar o Universo, o Material.
Eis o porquê:
O puro espírito não está separado do universo por uma diferença de grau, de quantidade, mas sim por uma diferença de natureza, de qualidade. De maneira que o puro espírito não é, nem pode ser, uma ampliação do Universo, assim como o Universo não é, nem pode ser, uma redução do puro espírito. Aqui a diferença não é somente uma distinção; é uma oposição: oposição de natureza – essencial, fundamental, irredutível, absoluta.
Entre o puro espírito e o Universo não há somente um fosso mais ou menos largo e profundo, fosso que possa, a rigor, encher-se ou franquear-se. Não. Entre o puro espírito e o Universo há um verdadeiro abismo, duma profundidade e de uma extensão tão imensos, que por colossais que sejam os esforços que se empreguem, não há nada nem ninguém que consiga enchê-lo ou franqueá-lo.
Reportando-me ao meu raciocínio, desafio o filósofo mais sutil, bem como o matemático mais consumado, a estabelecer uma relação, qualquer que ela seja (e, com a mais forte razão, uma relação tão direta quanto estreita, como a que liga a causa ao efeito) entre o puro espírito e o universo.
O puro espírito não suporta nenhuma aliança material. O puro espírito não tem forma nem corpo, nem linha, nem matéria, nem proporções, nem extensão, nem dureza, nem profundidade, nem superfície, nem volume, nem cor, nem som, nem densidade. Ora, no Universo, tudo é forma, corpo, linho, matéria, proporção, extensão, dureza, profundidade, superfície, volume, cor, som, densidade.
Como admitir que isto tenha sido determinado por aquilo? Impossível.
Chegando a este ponto da minha demonstração, a conclusão seguinte:
Vimos que a hipótese de um Deus verdadeiramente criador é inadmissível; que persistindo mesmo na crença desse poder, não pode admitir-se que o Universo, essencialmente material, tenha sido determinado por um puro espírito, essencialmente imaterial.
Mas se os crentes se obstinam em afirmar que foi o seu Deus o criador do Universo, nos impõe-se o dever de lhes fazer esta pergunta: segundo a hipótese Deus, onde se encontrava a Matéria, na sua origem, no seu princípio?
De duas, uma: ou a matéria estava fora de Deus, ou era o próprio Deus (a não ser que lhe queiram dar um terceiro lugar). No primeiro caso, se a matéria estava fora de Deus, Deus não teve necessidade de criá-la, visto que ela já existia; e, se ela coexistia com Deus, estava concomitantemente com ele, do que se depreende que Deus não é o criador.
No segundo caso, se a matéria não estava fora de Deus, encontrava-se no próprio Deus.
E, daqui, tiro a conclusão seguinte:
1º Que Deus não era puro espírito, porque encerrava em si uma partícula de matéria – e que partícula! A totalidade dos mundos materiais!
2º Que Deus, encerrando em si próprio a matéria, não teve a necessidade de criá-la, porque ela já existia. Assim, existindo a matéria, Deus não fez mais do que retirá-la de onde estava; e, neste caso, a criação deixa de ser um ato de verdadeira criação para se reduzir a um ato de exteriorização.
Nos dois casos não existe, pois, criação.
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Primeiro Ponto: Acho que uma pessoa do Ensino Médio sabe mais de física do que esse cara. Vamos analisar:
Ele afirma
1º O Gesto Criador é Inadmissivel
“O gesto criador é um gesto impossível de admitir, é um absurdo.” baseado em que?
Vemos: ” palavra só tem valor quando representa uma realidade ou uma possibilidade”. É o único argumento.
Muito fraquinho esse argumento para dizer que o gesto Criador de Deus é inadmissível!!
Então, ter ocorrido o BigBang, do nada! Não é nem realidade, nem possibilidade? O que para ele é realidade? Qual metódo científico usou para provar isso?
Essa afirmação dele, possui algum respaldo ou são palavras que não apresentam a realidade nem a possibilidade real? Por exemplo, como você sabe que tem pensamentos? Que você pensou em um abacata e não em uma banana? Ou a palavra “pensamento”, ou “abastrato”, ou “sentimento”, não tem valor?
Se não tiver para a razão, vamos eliminar o que ele chama de argumento filosófico. Ou quem sabe eliminar às teorias científicas, quem sabe a Física, que tem que supor constantes, para que haja a possibilidade de ocorrer um fato.
Para ser bem sincero, não vou nem perder tempo com esse argumento (que na verdade é um achismo, e não uma prova!)
2º argumento: O “puro espírito” não podia determinar o Universo
Segundo Faure, o que conhece TÃO bem a Deus, ou melhor o deus que ele servia, é caracterizado como puro espírito!
Deus é incorporeo, mas é Deus! E puramente LUZ, como é descrito em toda a Biblia!
Agora veremos o que é matéria, de acordo com a nova física que ele não sabia!
MATERIA
“No estudo da Ciência, a composição do Universo é dividida em duas entidades – matéria e energia. De acordo com o método cientifico, devemos realmente admitir que pode haver no Universo algo mais além da matéria e da energia”… “Classificar algo como matéria não significa, entretanto, que conheçamos a natureza real da matéria. Sabemos que os químicos desdobram a matéria para determinar seus constituintes, e o físico deseja saber o que mantém tais constituintes unidos; mas as partículas fundamentais e as leis da matéria parecem ser sempre um desafio. A melhor maneira de adquirir um conceito de matéria é trabalhar com ela e descrever suas várias formas. Uma descrição não é uma definição no sentido real da palavra, mas reduz uma idéia abstrata a termos bem concretos.”
“As propriedades da matéria podem ser divididas em duas categorias: as que podem ser determinadas sem alteração essencial da substância, e aquelas que só se evidenciam quando a substância sofre interação com outra forma de matéria.
“A última classe de propriedades, que exigem uma mudança na composição da matéria, inclui as chamadas propriedades químicas, enquanto que as primeiras, em que não há necessidade disto, são chamadas propriedades físicas. Por exemplo, a capacidade de uma substância de queimar-se é uma propriedade química, enquanto que o seu ponto de fusão é uma propriedade física.”
“O número de propriedades que pode ser enumerado para uma substância é virtualmente infinito. Os manuais especializados de Física e Química dedicam centenas de páginas ao relacionamento das propriedades de várias formas de matéria. Da mesma maneira que existem novas facetas do caráter de uma pessoa, para as quais ela não está alertada, os cientistas constantemente estão descobrindo novas propriedades da matéria.”
“Muitas propriedades da matéria não são constantes, variando com as condições do ambiente. Assim, a água congela quando está suficientemente fria, e ferve quando é aquecida o necessário. Em cada caso, as propriedades físicas da água foram alteradas. Da mesma forma, a massa especifica de um gás aumenta quando o mesmo é colocado sob pressão, e diminui quando a pressão é reduzida.”
“O ambiente da matéria é conhecido como suas condições. As condições incluem, entre outras coisas, a temperatura, pressão, concentração (no caso de soluções) e carga elétrica. Muitas das relações de causa e efeito que serão estudadas em Física”.
ENERGIA
“A energia é ainda mais difícil de definir que a matéria. Ela não tem peso e só pode ser medida quando está sendo transformada, ou ao ser liberada ou absorvida. Por isso, a energia não possui unidades físicas próprias, sendo expressa em termos das unidades do trabalho que realiza. Em outras palavras, energia é a capacidade de realizar trabalho.”
“Apesar de não ser definida com facilidade, a energia, em geral, é bastante perceptível, pelo fato de estar o homem dotado de sentidos apropriados para registrarem a presença de várias formas de energia. Nossos olhos reagem à energia luminosa, nossos ouvidos detectam a energia sonora; nervos especiais são sensíveis à energia térmica e outros nervos nos informam quando entramos em contato com energia elétrica.”
“Além das formas de energia que podem ser percebidas por meios fisiológicos, os cientistas descobriram outras variedades, o que significou a necessidade do desenvolvimento de instrumentos especiais de detecção e medida, para registrarem seus efeitos. Ainda mais, os cientistas ampliaram o campo e a sensibilidade dos sentidos humanos, por meio de dispositivos registradores especiais. Dentre as formas de energia que se enquadram nesta categoria “extra-sensorial” estão a energia química, a energia nuclear e a energia eletromagnética, acima e abaixo da faixa de freqüências que os seres humanos podem perceber.”
RELAÇÃO ENTRE ENERGIA E MATÉRIA
Contudo, as duas estão, em geral, inseparavelmente relacionadas. Cada objeto contém algum tipo de energia, e a idéia de energia quase sempre não apresenta significado, se não puder ser descrita em termos da substância com que está associada. Por exemplo, a energia térmica não existe no vácuo perfeito, e a energia elétrica, na grande maioria dos casos, reside em partículas ou objetos.
Em 1905, Einstein exprimiu a relação entre matéria e energia por meio da célebre fórmula:
na qual E representa unidades de energia (unidades de trabalho), m é a massa e c a velocidade da luz. Einstein desenvolveu esta fórmula a partir de considerações totalmente teóricas, e na época não havia meios de verifica-la em laboratório. Experiências recentes, todavia, mostraram que a fórmula é correta.
A fórmula de Einstein estabelece que há uma proporcionalidade entre massa e energia, isto é, quando uma cresce a outra também aumenta, e quando uma diminui a outra decresce. A fórmula pode ser interpretada como significando que determinada quantidade de massa é equivalente a certa energia. Assim, usando 3 X 108 m/s como velocidade da luz, a massa de um quilograma é equivalente a , ou
A massa de um objeto varia com a velocidade. Quando um objeto está em repouso em relação ao observador e seus instrumentos de medida, dizemos que tem sua massa de repouso. Estando o objeto em movimento, sua massa cresce, aumentando rapidamente à medida que o objeto se aproxima da velocidade da luz; é a massa relativística, assim chamada por estar de acordo com a teoria da relatividade de Einstein. Na fórmula massa-energia, acima, m é a massa relativística.
Um exemplo simples servirá para ilustrar a idéia de massa relativística e sua relação com a energia. Quando lançamos uma bola, estamos-lhe fornecendo energia, isto é, há transferência de energia entre nós e a bola. A fórmula massa-energia nos mostra que, enquanto a bola está em movimento, sua massa será maior que no repouso. Tanto a energia como a massa da bola aumentaram, e a massa e a energia suplementares foram por nós fornecidas. Todavia, não se trata de um bom método para emagrecer, a menos que pudéssemos lançar a bola com uma velocidade próxima da luz. Quando a bola pára, sua massa retorna ao valor de repouso, e sua energia cinética é quase toda transformada em calor.
Durante todos esses acontecimentos, tanto a massa como a energia foram conservadas, não havendo criação ou destruição de nenhuma delas.
As leis da conservação apóiam-se em repetidas medidas de laboratório, que mostram que a massa e energia não se perdem nas reações químicas e físicas. Alguns cientistas acreditam que estas leis não são válidas para as grandes energias e massas do espaço exterior; mas isto ainda não foi verificado; os desvios previstos por estes cientistas são muitos pequenos para que possam ser medidos diretamente com os instrumentos atuais.
A relação entre matéria e energia tornar-se-á evidente no estudo da Física, ainda de outro modo. Geralmente cona energia luminosa em termos e a matéria em termos de partículas. Na realidade, existem ocasiões em que a luz age como se tivesse propriedades materiais. Em outras palavras, existem fenômenos luminosos que só podem ser explicados considerando a luz como formada de partículas discretas. Por outro lado, as partículas de matéria apresentam propriedades ondulatórias.
Esta dualidade de onda e partícula é uma chave, e ao mesmo tempo um quebra-cabeça, na Física, e os cientistas admitem francamente que estão longe de compreendê-lo completamente. Talvez o leitor venha um dia a desempenhar papel importante na resolução deste segredo fundamental da natureza.
“Mecânica” do Prof. L. P. Maia.
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Bem, depois de uma breve revisão que adquiri aqui: http://www.fisica.net/mecanicaclassica/materia_e_energia.php. Vamos analisar (mesmo que não precisasse dizer mais nada).
Faure: “ imaterial, tenha podido determinar o Universo, o Material.” – Deus tendo em sua essência luz, poderia SIM!! Como vimos, o Universo foi criado apartir de uma explosão de energia. CRIADO, e pode ser medido por sua transformação em matéria e vice-verso!!
Faure:”O puro espírito não suporta nenhuma aliança material”. Analisando dessa forma totalmente tendenciosa, tudo bem, mas mudando para “A pura Luz”, com certeza vimos que tem aliança material, mesmo não tendo peso!
Faure: “Impossível.” – Realmente, para a mente sem conhecimento IMPOSSIVEL COMPREENDER!
Faure: “
E, daqui, tiro a conclusão seguinte:
1º Que Deus não era puro espírito, porque encerrava em si uma partícula de matéria – e que partícula! A totalidade dos mundos materiais!
(Não mesmo, sua essencia é Luz, além de estar em dimensões incompreensíveis para nós!) – sua primeira conclusão até foi certa! Deus é mais poderoso que um simples puro espírito!)
2º Que Deus, encerrando em si próprio a matéria, não teve a necessidade de criá-la, porque ela já existia. Assim, existindo a matéria, Deus não fez mais do que retirá-la de onde estava; e, neste caso, a criação deixa de ser um ato de verdadeira criação para se reduzir a um ato de exteriorização.”
(Nessa segunda ele forçou um pouco. Deus criou o material da energia! E ponto. É Ato de criação.)
Se existe essa possibilidade, então tem valor:
“Mas devemos convir que a palavra criar é uma expressão vazia de sentido para todos os homens cultos e sensatos, para quem uma palavra só tem valor quando representa uma realidade ou uma possibilidade.”
Acho que é ao contrário, criar é um palavra vazia em sua expressão para alguem que não é culto e é insensato em supor sem saber! E como existe realidade e possibilidade, a palavra CRIAR tem muito mais valor que as suas!